"Ando tendo um caso com a minha sensualidade"

Vegetariana e praticante de Yoga Kundalini, a bióloga Carol Paiva faz dança há dois anos e meio, e anda se puxando no estudo das deusas em mitologia egípcia e grega.
"Ando tendo um caso com a minha sensualidade... ela buscando me conhecer, e eu a ela", revela, percebendo os reflexos em sua dança.
Como lhe disseram, aliás: a dança muda de dentro pra fora, o corpo apenas reflete o que está acontecendo por dentro...
E, assim, desperta, sensual, plena, ela convoca a que mulheres diferentes transcendam a suas personagens como mães de famílias, avós que tricotam, estudantes e trabalhadoras, e se unam num instante de entrega, onde todas somos Deusas, numa grande celebração em dança...

Ando realmente em paz, lá no fundo... e apaixonadíssima pela dança do ventre.
Acho que me encontrei mais um pouco... A dança, em especial a egípcia, me libertou, destrancou a porta entre meu eu interior e exterior.
Ando mais no Egito do que aqui...
Comecei a estudar Mitologia Egípcia... sobre Deusas... Mitologia Grega também.
E, como cada Deusa é um arquétipo das mulheres, às vezes Athenas, Afrodite, Persephone, Ísis... uma mulher a cada dia, todas nós, pois ando Ártemis... Com a minha fé inabalável e um senso protetor com tudo a tal ponto de chegar a ser maternal!
É... Aspecto da tríplice dentro de cada mulher!
Interessantíssimas analogias e, claro, com um caráter de auto-ajuda, para cada mulher acreditar na força de seu íntimo feminino.
Que Ísis sempre me embale...
Ando tendo um caso com a minha sensualidade... ela buscando me conhecer, e eu a ela.
É o meu "animas" aflorando, algo perigoso para quem tem uma tendência feminista... Porém, deixo o "animus" adormecido, hoje não preciso despertar o meu masculino... Só quero continuar a florescer por dentro....
Flores do deserto!
E eu me sinto uma flor... sim! Em vários aspectos. E engraçado: me disseram que a dança muda de dentro pra fora, que o corpo só vai refletir o que está acontecendo por dentro...
Parece que até o sol nasce diferente quando o corpo dança.
No templo, pura magia egípcia... vasos, esfinges, cortinas... olhos de hórus por todas as partes... incensos!
Mulheres de todos os tipos, idades... Em busca de si mesmas, um autoconhecimento transcendendo corpo e alma.

A dança vai além de técnicas, nasce de dentro pra fora.
É o poder do AR na leveza nos braços que nos fazem flutuar no chão... É o poder da AGUA a nos jogar num rítmo contínuo e vagaroso, a despertar rios... Cachoeiras de energia... E batidas... nos pés tem firmeza, tem a base.. e um triângulo de equilibro para a bailarina... a representar TERRA... energia que sobe do solo aos pés... Nos quadris se faz feitiço do FOGO... o ventre firme, e a dança solta... E queima por dentro, em um calor de despertar... acolhedor.

Energia pura, que oscila de um movimento ao outro. Passa da concentração e coordenação para a sensualidade, o toque consigo mesma aprendendo a lidar com seu libido.
É poder oscilando pelo corpo.
De mulheres diferentes, fora de estereótipos... de mães de famílias, avós que tricotam, estudantes e trabalhadoras... num instante de entrega, onde todas somos Deusas, numa grande celebração em dança...
Onde o nosso espírito rege cada movimento da matéria, a direcionar energia por todos os lados, dentro e fora...
E assim sentimos a verdadeira dávida que se chama VIDA.
Um verdadeiro pentagrama em movimento...


Ana Carolina Aparecida Paiva (Carol Flor)
Bióloga
Estuda dança no Espaço La Lunna - Ribeirão Preto, com a professora Rosana Mello
http://palavradebruxa.blogspot.com
carolpaivass@yahoo.com.br
SÃO SIMÃO/SP

Fotos: Arquivo pessoal