Diversidade: todo estilo é lindo desde que dançado com ‘’verdade’’

Em se tratando de estilos conectados à Dança do Ventre, a bailarina e professora Márcia Oliveira (Hannyah) faz um chamado pela importância da diversidade. Na prática, cada bailarina é apaixonada pela linha que segue mas o que conta mesmo não é o estilo, ela afirma, "mas é o motivo dele, o significado de cada movimento, que é único para cada uma de nós. Conseguir transmitir nosso amor pela dança, alegrar ou inspirar o público, supera qualquer crítica a estilos e fusões."
Neste alerta pela abertura à diversidade, Hannyah sugere: deixe as críticas para os concursos onde as danças são realmente separadas por estilos.


Observamos os mais diversos estilos e fusões na Dança do Ventre aqui no Brasil e em outros países. É incontestável que a dança ''pura" como muitos gostam de dizer, quase não existe.
Isso é bom ou ruim? Eu sei que muitas bailarinas são apaixonadas por seus estilos e que procuram ser fiéis a ele, mas por que não acrescentar, por que não inovar?
Não acredito que devamos analisar somente de forma técnica uma apresentação de Dança do Ventre, existe muito mais a perceber. Adianta uma bailarina ser exímia em seus movimentos, ter um estilo definido e não encantar o público? Muitas perguntas para uma só resposta: a dança é sentimento, sem ele um corpo pode ser belo assim como seus movimentos e, mesmo assim, vazio, sem vida.
Mesmo que alguém não aprecie outros estilos, acredito que é impossível assistir uma apresentação onde a bailarina coloca sua alma no que faz e pensar ''isso não é Dança do Ventre''. Uma bailarina carismática, com expressão facial de prazer naquilo que faz, sempre será admirada e aplaudida. O que conta não é o estilo: é o motivo dele, o significado de cada movimento, que é único para cada uma de nós. Conseguir transmitir nosso amor pela dança, alegrar ou inspirar o público, supera qualquer crítica a estilos e fusões.

Apesar de muitos anos na dança e diversos cursos, são muitas as bailarinas que buscam a forma de unir conhecimento à prática. O momento em que a técnica se enraíza, sai da cabeça, e a dança flui. Esse é o diferencial, todo estilo é lindo desde que dançado com "verdade''. Uma dança rica como a Dança do Ventre admite fusões porque é uma dança extremamente criativa. E viva a liberdade de expressão!

Há espaço para todos, mesmo que você não goste de um estilo, respeite-o! Pode não ser o seu, mas reconheça que há muita arte por traz deste, muito estudo e dedicação, assim como o seu estilo. Aproveite o show, não tente analisar cada detalhe. Deixe-se encantar!
Uma vez ouvi segundos antes de pisar no palco: "Divirta-se!" E foi a melhor apresentação que fiz, me diverti e distribuí minha paz e gratidão ao dançar, pude ver no vídeo meus gestos e entender o significado deles. Algumas pessoas me contaram que receberam meu recado, foi a maior recompensa que tive por expor meus sentimentos. Quando se pensa demais na técnica e o que ela engloba, ninguém se diverte: nem o público, nem você.
Deixe as críticas para os concursos onde as danças são realmente separadas por estilos. Lá é preciso comparar e decidir qual é a melhor, mais bem executada, qual respeita os critérios necessários daquele estilo.
Dançar, libertar o corpo e representar a alma através dele não depende de qual é o seu estilo e, sim, do que você sente enquanto dança.

Márcia Oliveira (Hannyah)
Bailarina, Professora de Dança do Ventre e promotora de eventos de dança
hannyah@bol.com.br
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PORTO ALEGRE/RS

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