Das cólicas à alma: os benefícios da dança

Na vida moderna, os ciclos naturais femininos como menstruação, menopausa e gravidez funcionam como se fossem "problemas" para muitas mulheres. A professora Grazi Shazadi mostra aqui como a dança do ventre pode auxiliar diretamente a auto-aceitação e a vida sexual feminina, atuando em mão contrária a essa problematização tão comum nos dias de hoje.
Além de fortalecer a musculatura, a dança facilita reorganizações de corpo, de afetos e de vida que correspondem a cada uma das passagens existenciais, reestudando ritmos, optando por um estilo existencial menos refém das agitações da competitividade yang.
Ou seja: a dança auxilia pontualmente nos aspectos emocionais, na saúde física, nos relacionamentos, nas escolhas... Das cólicas à alma...


As pessoas em geral relacionam Dança Oriental com sexualidade e espiritualidade. Não é de causar estranheza pois estes dois campos estão conectados, tendo o exemplo desse vínculo no Oriente, o Tantrismo.
Os períodos cíclicos femininos, como menstruação, gravidez, parto, amamentação, menopausa, são experiências importantes, mas estão cada vez mais "problematizados" para as mulheres modernas. Parecem até doenças (!), mas, ao aceitar-se como mulher, é possível viver reorganizações de corpo, de afetos e de vida que correspondam a cada uma das passagens existenciais femininas. A dança do ventre serve, então, para dar mais chance de vida útil à mulher como amante, mãe e pessoa. Nada mais necessário agora, quando o ritmo imposto ao trabalho fora de casa esgota as forças e pouco sobra para si mesma. Mas as mulheres que dançarem de maneira consciente poderão reestudar seus ritmos e, talvez, aconchegarem a si próprias, escolhendo um estilo de vida menos propenso às agitações da competitividade yang.
Com isso, provavelmente serão capazes de criar novas formas de lazer, trabalho, convivência, onde as pessoas não se atemorizem tanto umas com as outras. Sem tamanha violência, com mais erotismo sadio e não banalizado. Esta seria uma sociedade capaz de exprimir a verdadeira alegria, que nasce da paz pela união interior.

Interação com o público nas apresentações - A cada apresentação de dança, existe uma reação diferente nas pessoas. Quando o espetáculo envolve um público numeroso em teatros, por exemplo, as pessoas têm uma só atitude, agindo em massa. Sendo um público menor, a reação é diferente.
A Dança Oriental Egípcia é uma dança que exprime sensualidade, fazendo com que, na maioria das vezes, o público, tanto feminino quanto masculino, fique hipnotizado e encantado, já que a dança está ligada à sexualidade. Acabam conectando-se com a bailarina, formando uma sintonia que, inconscientemente, se movimentam junto em suas cadeiras, colocando-se no lugar de quem dança, sendo uma atitude cinestésica através da bailarina.
O sentimento da bailarina é captado pelo público. A dança é um elemento que pode transformar o que está ao redor, seja o humor das pessoas ou o ambiente onde elas se encontram. Deve provocar uma reação no espectador, capaz de atuar na vida dele após o vislumbre que teve, tendo sempre um impacto significativo.

Ganhos físicos e emocionais - A prática deste gênero de dança estimula uma melhora no controle dos esfíncteres e o fortalecimento da musculatura do períneo e assoalho pélvico. O ganho vem dos movimentos do "camelo" (anteroversão e retroversão pélvica) e controle abdominal, que estimulam toda a musculatura na região do assoalho pélvico e períneo, prevenindo problemas futuros de incontinência urinária.
Para movimentar o abdome corretamente na dança, a mulher precisa dominar em primeiro lugar os músculos da região pélvica, aprendendo a controlá-los isoladamente. A musculatura do assoalho pélvico (pubo-coccígeos) fica fortalecida, dando um resultado positivo tanto psicológico, quanto fisiológico.

Melhora na vida sexual - Dizer que a dança traz benefícios aos órgãos sexuais não é exagero algum. Tudo dependerá dos objetivos e métodos de quem ensina e aprende em conjunto. Com o estímulo desses movimentos na região do períneo e pubo-coccígea, as paredes musculares ficam mais fortes, pois a região começa a ser exercitada. Aumentando o fluxo sanguíneo, melhora a sensibilidade da região inervada, chegando assim maior quantidade de sangue rico em oxigênio, hormônios e nutrientes. Na dança do ventre, a mulher ganha autoconhecimento do seu corpo, sentindo-se mais segura, feminina e atraente, ficando assim preparada para momentos como a sexualidade, a gravidez e o parto. De certa forma, sente-se mais feliz e livre.

Diminuição de cólicas menstruais - A dança do ventre pode ajudar em casos de cólicas primárias, aquelas que não caracterizam doença da pélvis, mais comuns em adolescentes. No momento da dança, os músculos do abdômen até o baixo-ventre estão sendo contraídos e relaxados, comprimindo as paredes do útero.
Muitas tensões pré-menstruais, a famosa TPM, podem ser solucionadas pois o fator relaxante da dança atua no controle da irritabilidade. Cada vez mais se têm unido Psicoterapia e Ginecologia com o ensino da técnica da dança do ventre. São psicoterapeutas e médicos que atuam unidos com professoras de dança com este intuito comum.


Grazi Shazadi
Iniciou sua carreira como bailarina em março de 2004. Aperfeiçoou a técnica de dança do ventre em 2006 na escola Templo do Oriente. Em 2008, juntou-se à equipe de professoras e bailarinas da escola.
graziellac_dir@yahoo.com.br
PORTO ALEGRE/RS

Fotos: Arquivo pessoal
Ilustrações: Edição de arte a partir de imagens de photoshoptalent

3 comentários:

  1. Parabéns Grazi. Fico muito orgulhosa sempre de ti. Beijão! Brysa

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  2. Linda matéria! Sinto saudades das aulas.Beijinhos, Deus te abençoe
    Elisi

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  3. AAAAAAAAAMMMMMMMEIIIIIIIII!!!!!!!!!!!..DA tua aluna Nélida ..que ... já... sentiu...na alma e físico..muitas mudanças.... através dos benefícios da dança....Continue irradiando...todo esta sabedoria através da dança...bjos carinhos mil

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