A viagem completa da alquimia pessoal







Do Editor




Você vai perceber, este espaço temático não é apenas sobre dança. Ele fala de perto sobre a reconexão das mulheres com sua força mais essencial e sobre a magia que habita uma chave fundamental para este reencontro e reempoderamento, que é, então, a dança.
Aí no ar, vários depoimentos pessoais em paralelo a orientações de experientes instrutoras dão conta desta poderosa ferramenta de alquimia existencial. Como seria natural, a Dança do Ventre ganha aqui uma atenção editorial especial pois ela se tornou um dos canais modernos de resgate do Feminino Essencial, sufocado por séculos de domínio patriarcal. De origem ritualística, praticada nos templos sagrados, em tempos antigos este gênero de dança chegou a auxiliar as mulheres na hora do parto, e isto nos dá uma idéia do tom desta força mágica...
E belamente, estranhamente, esta dança se ergue através de movimentos de quadris sinuosos e vigorosos, mas pode - e deve! - ser praticada também quando você está sozinha, em casa. Muitas pessoas não poderão alcançar a tradução mais sutil do que é esta vivência cósmica, dançar pra si coreografias sensuais e muito femininas, em seu sentido mais agudo, tal como é difícil também compreender quando mulheres falam que adoram varrer a casa ou que conversam com suas flores...



Pelos depoimentos do blog, você percebe também que muitas mulheres foram estimuladas pela família e precocemente encontraram o caminho da dança, ainda na infância. Outras, nem tão raras, não estavam nem um pouco ligadas e, um dia na vida, de repente, se deparam com alguma apresentação de uma dançarina por aí, e seus alicerces vêm abaixo. Procuram uma escola e redescobrem-se avassaladoramente enquanto fêmeas. Acordam do sono da matrix de suas personagens domésticas e encolhidas, e chamam seus instintos selvagens, sua gana de alma.
Mas nem todas que dançam encontram o verdadeiro e definitivo reempoderamento. Muitas vibram apenas na periferia do Ser, exarcebando suas matizes egóicas, e em algumas vezes servindo apenas aos valores doentes da nossa cultura - valores masculinos mas também femininos, todos distorcidos e desconectados da essência de alma. Por isso, a força mais verdadeira e mais atávica da dança mora na reconexão profunda com o sagrado feminino, com a força lunar e seus ciclos cósmicos, com o orgulho por menstruar, amamentar e parir... e por aí vai...
Menos do que isso, também é caminho, também é bom, mas esteja certa: não é a viagem completa da alquimia pessoal que a dança pode gerar, o eixo profundamente mágico e inexplicável que você acessa quando estiver suando em estado de graça, sentindo o peso dos ossos e a dor nos pés, mas ganhando asas e tocando no divino...





Fotos: www.sxc.hu e www.photoshoptalent.com




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