Em tempos de Caminho das Índias...

Todas lembram do furor que causou a novela "O Clone" e agora podemos ver o fulminante modismo que ganha força a partir de "Caminho das Índias". Muitas mulheres começam a fazer aulas de dança por impulso, porque acham bonito, mas depois que a moda acaba o interesse também vai junto, segundo Carol Magri, professora de Dança Moderna Indiana e bailarina profissional. Ela traz importantes dicas para quem realmente se interessou meeesmo pela Dança Indiana e acha que isto pode trazer algo a mais para sua vida. Veja aqui algumas noções básicas sobre os vários tipos de danças indianas antes de sair por aí procurando e acabar comprando "gato por lebre".

A febre das danças orientais mais uma vez tomou conta das academias e espaços holísticos, quem não se lembra da novela "O Clone" onde muitos queriam aprender a dança das mil e uma noites? A moda agora é a dança indiana, que na novela "Caminho das Índias" ganhou um ar mais popular, diferente das danças clássicas.
O problema nesses modismos é que muitas pessoas consomem cada vez mais o que a mídia lança, seja um produto, um costume ou uma tendência. As mulheres vão atrás disso sem se aprofundar, começam a fazer aulas de dança por impulso, porque acham bonito, mas depois que a moda acaba o interesse também vai junto. Foi assim com a Dança do Ventre, Dança de Salão e muitas outras. Entretanto, deixando as críticas de lado, para quem realmente se interessou muito pela beleza e magnetismo da Dança Indiana e acha que ela pode trazer algo a mais para sua vida, é preciso saber de algumas noções pertinentes sobre os vários tipos de danças indianas antes de sair por aí procurando e acabar comprando "gato por lebre", ou seja, desanimar logo na primeira aula.
Para aprender a dança indiana, a praticante precisa não apenas de uma grande dedicação técnica, mas, principalmente, de uma profunda e perfeita integração entre o corpo, a mente e o espírito. É uma dança devocional cheia de simbolismos, onde cada movimento, principalmente com as mãos (os mudrás) descreve um sentimento ou conta uma estória sobre os Deuses.
As aulas incluem também estudos teóricos e práticos sobre mitologia indiana, ritmos, estilos de músicas, postura de yoga, mudrás...
É uma dança que te dá uma boa postura, fortalece os membros, traz força e ao mesmo tempo delicadeza, incorporando elementos da dança em sua personalidade, uma vez que a bailarina representa gestos das próprias deusas.


Do clássico ao moderno - Entre as modalidades clássicas de danças indianas está o Bharata Natyam, cujos movimentos foram detalhadamente descritos no Natya Shastra, considerado o mais antigo texto existente sobre teatro, é a mais tradicional delas. Escrito em sânscrito, por volta do ano 2000 A .C., o Natya Shastra, composto de 36 capítulos com 6.000 versos e algumas passagens em prosa, tem sua autoria imputada ao sábio Bharata Muni, embora na Índia sua concepção seja atribuída ao próprio Deus Brahma - um dos motivos de ser considerada uma dança devocional e sagrada. As coreografias e passos são bem contidos e centrados nos pés, cabeça, olhos e mãos, podendo também ser cantado, os figurinos são sares (*), maquiagens com olhos bem marcados, mãos e pés pintados, e muitos adereços no corpo todo, que remetem às Deusas Hindus.
Além do Bharata Natyam, as principais danças clássicas da Índia são: Kathakali, Kathak, Manipuri, Kuchipudi, Odissi ou Orissi e Mohini Attam.
Há também inúmeras danças indianas tribais em todo o país, danças folclóricas e esportivas, como o Mallakhamb, ou Pole Dance, hoje em dia muito praticada no Ocidente.
Os estilos modernos mais atuais são o Banghra e a Dança Bollywood. A Dança Bollywoodiana se popularizou muito com a indústria cinematográfica da Índia, é uma dança dos musicais, que mescla movimentos da dança clássica com elementos ocidentais, arábica, mehindi, expressionista, latina... É muito alegre, sensual, vibrante e dinâmica, e exige também muita dedicação e fôlego. O figurino é exuberante, com muitos acessórios, e pode ter alguns elementos da dança clássica.

Na Dança Indiana Moderna, existem muitos movimentos de quadril onde se mostra mais o lado charmoso, sensual e alegre. Apesar de despertar o eixo sensual, não é uma dança vulgar, além disso as aulas possuem elementos da dança clássica Indiana trabalhando muito a coordenação motora, onde se pode aprender várias seqüências de coreografias.

Já o Bhangra é uma dança típica da região do Punjab, que nasceu dos festejos dos agricultores, saudando a chegada da primavera e o tempo das colheitas. A Bhangra Dance tem um ritmo extremamente alegre e contagiante. O figurino é mais reservado do que na moderna, mas não tem tantos adornos como na clássica, nessa dança a mulher também é o centro das atenções, mostrando toda sua força, agilidade e beleza, típica das mulheres tribais.
É toda essa força, beleza, sensualidade e graciosidade que a Dança Oriental Indiana pode oferecer a cada mulher-deusa uma expressão corporal de um desejo de busca e libertação interior.
Que cada mulher possa encontrar na dança o seu caminho, um caminho para sua própria Deusa interior, um encontro divino com sua essência na união perfeita entre corpo, mente e espírito.

(*) Sares são figurinos para mulheres. Também conhecidos como "Sarees".


Carol Magri
Sacerdotisa da Deusa, Educadora Física, Bailarina Profissional, atualmente dá aulas de Tribal Fusion e Dança Moderna Indiana, procurando aliar a dança as várias terapias holísticas
ana.carol23@gmail.com
UBERLÂNDIA/MG

Fotos: Arquivo pessoal e www.flikrs.com



4 comentários:

  1. Realmente a dança é um caminho mais próximo para encontrarmos nossa Deusa interior e libertar a beleza e sensualidade que ás vezes estão adormecidas!!!
    Parabéns por este trabalho tão iluminado!!!
    Adorei o texto.Bjs...

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  2. adoro essa novela e fiqueitao expidara na dança deles me ensine meu e-mail:biadomi_25@hotmail.com

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  3. rsrs as fadinhas felizes adoram dança, aff como eu gosto....um dia ainda chego la rsrs

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