
Kilma é autora do livro “Dança do Ventre, da Energia ao movimento” (Ed. Universitária da UFPB), dirige a Cia. Lunay, em João Pessoa, e estuda a comparação dos ritmos orientais e ocidentais, e suas aplicabilidades no Estilo Tribal.
De quebra, ela nos conta também sobre o inusitado estilo de dança do ventre das ruas, em fusão com HipHop.
São tantos os estilos da nossa tão querida dança do ventre, que mais cabe defini-la como dança oriental, pois nem todas têm o ventre como objeto de estudo principal. Também nem todas são de origem folclórica, entendidas como inerentes a um povo ou região que atravessam o tempo mantendo-se vivas e guardando riqueza de detalhes. Muitas fazem parte da afolcloração e das parafolclóricas, sendo recriadas guardando supostas origens históricas e trazendo consigo elementos que nos remetem a tradições diversas, como candelabro (judaísmo), taça (cristianismo), espada (templários), e por aí vai um grande número de danças.
A dança da espada me cativa, especialmente, tanto pela sua história como pela técnica que trabalha, ao mesmo tempo, força e suavidade. As supostas histórias de seu surgimento nos trazem mulheres que esperavam seus esposos voltarem da guerra e, na noite de comemoração, dançavam para eles com a espada para celebrar o retorno ao lar. Já outras correntes de estudo afirmam ser inicialmente uma dança marcial masculina, assim como o thatib, que mais tarde emprestou a técnica à graciosidade feminina. Assim, caracterizam a espada como um objeto do mundo masculino, yang, onde a bailarina precisa conferir suavidade para trazer o princípio yin à tona, tornando a dança graciosa, mesmo com uma espada em punho.
É uma dança de templo ou de palácio?
Bem, para mim é uma dança que deve ir até o público, e em especial até a alma do público. Esteja ele onde estiver, desde a fila do banco ao palco de um teatro. Para expressar a alegria de viver através da dança do ventre não tem hora nem lugar. Se houver ao menos uma pessoa que possa ser tocada pela dança, ali deverá haver dança. Para isso, a música ao vivo é uma grande aliada.

Senti minha natureza em combate, guerreira, mas ao mesmo tempo suave. Completamente na liberdade. Livre para criar, para desenhar a música na ponta da espada. Ao contrário do que o grande público pensa, nossa espada não é afiada, é própria para a dança e deve ter um bom equilíbrio. Afiadinha mesmo tem que estar a bailarina para expressar suavidade no rosto e não perder o rebolado diante dos equilíbrios que a espada requer. Para isso: intimidade com o acessório sempre! Intimidade consigo mesma, buscando se descobrir cada vez mais a cada dia.
Street Bellydance - Dançar na rua é um dos maiores prazeres que um bailarino pode experimentar. É, ao mesmo tempo, experiência de contato com o público, exposição da sua técnica e arte sem o auxílio de luz, cenografia e outros elementos que incrementam o todo da nossa apresentação, mas é principalmente envolver o público. Na rua, no centro de um círculo, não há artista nem platéia, há um momento mágico.
A Cia. Lunay descobriu esse prazer ao aceitar o convite da Tribo Éthnos, coordenada por Vant Vaz, para se apresentar num Encontro de Dança de Rua, juntamente com a moçada do HipHop, ao som eletrônico da ChicoCorrea & EletronicBand. Da cultura americana, a dança de rua - ou street dance - envolve toda uma filosofia que passa por grafitagem, stickers, produção musical, produção de artes em geral, incluindo dança teatro, e tudo que possa expressar o pensamento HipHop. Por analogia, brincamos com a nomenclatura intitulando “street bellydance” a arte de levar para as ruas, praças, calçadas, shoppings, praias, a nossa dança do ventre. A Cia. Lunay já se apresentava com o Círculo de Tambores de modo itinerante pela cidade, então resolveu associar essas apresentações no meio da multidão e, de modo inesperado e inusitado, ao “street bellydance”.
Kilma Farias
Jornalista, bailarina, atriz e professora de dança do ventre
www.kilmafarias.com.br
kilmafarias7@hotmail.com
JOÃO PESSOA/PB
Street Bellydance - Dançar na rua é um dos maiores prazeres que um bailarino pode experimentar. É, ao mesmo tempo, experiência de contato com o público, exposição da sua técnica e arte sem o auxílio de luz, cenografia e outros elementos que incrementam o todo da nossa apresentação, mas é principalmente envolver o público. Na rua, no centro de um círculo, não há artista nem platéia, há um momento mágico.

A Cia. Lunay descobriu esse prazer ao aceitar o convite da Tribo Éthnos, coordenada por Vant Vaz, para se apresentar num Encontro de Dança de Rua, juntamente com a moçada do HipHop, ao som eletrônico da ChicoCorrea & EletronicBand. Da cultura americana, a dança de rua - ou street dance - envolve toda uma filosofia que passa por grafitagem, stickers, produção musical, produção de artes em geral, incluindo dança teatro, e tudo que possa expressar o pensamento HipHop. Por analogia, brincamos com a nomenclatura intitulando “street bellydance” a arte de levar para as ruas, praças, calçadas, shoppings, praias, a nossa dança do ventre. A Cia. Lunay já se apresentava com o Círculo de Tambores de modo itinerante pela cidade, então resolveu associar essas apresentações no meio da multidão e, de modo inesperado e inusitado, ao “street bellydance”.

Jornalista, bailarina, atriz e professora de dança do ventre
www.kilmafarias.com.br
kilmafarias7@hotmail.com
JOÃO PESSOA/PB
Fotos: Arquivo pessoal
Gostei muitíssimo de seu artigo.Amplia meus conhecimentos e adoça minha imaginação.Axé!
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