Sonhos e vôos de uma jovem bailarina

Nathália Lisiê, jovem bailarina de clássico, jazz e contemporâneo, mergulhou precocemente em sua paixão, aos oito anos de idade. Hoje é integrante do Corpo-de-baile de Valinhos/SP e segue com entusiasmo e convicção.
Ela compartilha conosco alguns de seus escritos, registros de insights e vivências que movem os sonhos de uma vibrante bailarina.

Comecei bem cedo na dança.
Iniciei-me no ballet clássico em 2000, com oito anos de idade. Em 2003, comecei a fazer aulas de jazz e a participar de competições de dança.
A partir daí, fui participando também de vários workshops de ballet clássico, jazz e contemporâneo.
Em 2003 e 2004, fiz curso de ballet clássico com métodos cubanos, onde fui examinada pela bailarina e assessora nacional da Escola Nacional do Ballet de Cuba, Ramona de Saá Bello. Participei de quatro ballets de repertório. Em 2004, fiz uma audição e entrei para o Pré-corpo-de-baile de minha cidade, onde permaneci até 2005.
Depois disso, fiz audição novamente e entrei para o Corpo-de-baile da cidade - onde permaneço até hoje - e comecei a fazer aulas de contemporâneo. Recentemente, fiz um workshop e apresentação de musical com os diretores de movimento e musical, Alan Rezende e Mona Vilardo, respectivamente. E sigo por aí...
Conto tudo isso para que vocês compreendam minha paixão e o que me leva a registrá-la em algumas reflexões, como as que se seguem:

Livre para tudo
A dança me faz viajar, sair daqui. Na dança, entro em um mundo de fantasias e não saio mais, ou melhor, não quero sair mais. A dança me faz esquecer de tudo e lembro-me apenas de princesas, ciganas, bailarinas. Subo no palco e me faço um cisne ou ganho um quebra-nozes que ganha vida. Na dança, tudo acontece, até rato rei existe... Na dança, me sinto como um pássaro azul, livre para tudo, para ser um alguém, viajar... ser feliz. A dança já faz parte de mim e ninguém consegue tirar minha vontade e meu sonho de um dia ser uma grande bailarina. Podem até pensar que é exagero mas, quando danço, sinto uma alegria imensa, onde saio do mundo da realidade e vivo apenas momentos felizes!!!

Sermos bailarinas
Para ser uma bailarina, é preciso garra, sonhos, amor pela dança e sentimentos, afinal de que adianta uma pessoa dançar por dançar?
Quem dança meramente por dançar, não sabe e nem sente o que é viver um mundo mágico e lindo, onde TUDO pode SEMPRE acontecer. Seja esse "tudo" bonito ou não, é um sentimento que essa pessoa não sentirá e acabará que, se todos fôssemos assim, a dança não teria sentido, pois não passaríamos sentimento algum ao público e o mais importante: não dançaríamos para nós mesmos. Com isso, estaríamos perdendo cada momento do mundo que é feito apenas de sonhos, fantasias e sentimentos. Enfim, não seríamos BAILARINAS.

Dançar é...
Sonhar, criar e viver.
Loucura? Prazer!
Ensaiar, dançar, comemorar.
Meros momentos? Momentos intensos!
Cair, frustrar-se, levantar e continuar.
Fraqueza? Persistência!

Um sonho nos leva a criar coisas cada vez mais belas e mágicas, que nos dão cada vez mais prazer em viver.
A cada ensaio, o dançar se torna mais leve, gracioso e maravilhoso, nos levando às mais maravilhosas comemorações, por termos conseguido realizar algo com perfeição depois de termos batalhado cada dia mais por isso.
E, finalmente... Magoar-nos por termos caído e falhado; porém, sempre levantando-nos novamente para que assim possamos ter o prazer de viver com perfeição e intensamente O MUNDO MÁGICO DA DANÇA.


Nathália Lisiê
Bailarina de clássico, jazz e contemporâneo
nat_loveballet@hotmail.com
VALINHOS/SP

Fotos: Arquivo pessoal