O rico simbolismo da dança do ventre

Algumas danças modernas são reflexos de fontes orientais muito antigas. No caso da dança do ventre, a simbologia conectada à espiritualidade é riquíssima, fazendo links também com elementos da natureza e do corpo, inclusive chakras. Em geral, o público não conhece detalhes, que agora seguem aí nesse apanhado confeccionado pela bailarina e terapeuta corporal Simone Alves.

A dança está presente em muitos rituais e, através dela, flui uma energia poderosíssima que mexe com nosso físico, mental e espiritual. A dança cria energia e faz parte do gestual mágico, sendo que os movimentos repletos de significado são, por vezes, mais poderosos do que as palavras. Já, a dança do ventre prepara as mulheres para serem sacerdotisas, como era no princípio, é o resgate da feminilidade reprimida por séculos, despertando a Deusa Interior de cada mulher.
Os ensinamentos têm como base a visão de nosso corpo em quatro partes distintas, correspondendo a cada uma delas movimentos específicos, sendo:

Terra: dos pés aos quadris;
Água: dos quadris aos ombros;
Ar: dos ombros ao chakra coronário;
Fogo: em volta de todo o corpo (energia criadora).

Seguindo esta visão, os movimentos são ensinados para que a praticante possa se manter em equilíbrio energético absoluto, o que evita mudanças de humor e doenças, entre outros benefícios mais sutis. A sua prática é capaz de superar bloqueios emocionais e corporais, revigorar a sexualidade e fortalecer a auto-estima. Já consciente destes elementos, a praticante se vê como parte do Universo, integrando-se ao Cosmo como um "planeta gerador de vida", interagindo em perfeita harmonia.
Seguem algumas simbologias mais conhecidas:

Dança com 7 véus
Cada véu corresponde a um grau de iniciação e revelamos os sete degraus de ascensão espiritual. Os véus também estão associados aos sete chakras corporais, às sete cores do arco-íris e às sete notas musicais. A retirada de cada véu representa a exaltação da qualidade pessoal da bailarina e a dissolução dos aspectos negativos da mesma.
Cores correspondentes:
* Vermelho - Chakra básico
* Laranja - Chakra esplênico
* Amarelo - Chakra plexo solar
* Verde - Chakra cardíaco
* Azul - Chakra laríngeo
* Índigo - Chakra frontal
* Violeta - Chakra coronário
Não se sabe ao certo sua origem. Sabe-se que o uso do véu existe anteriormente ao islamismo, mesmo entre mulheres do império bizantino e persa seu uso era comum cobrindo o rosto.
O véu na dança é pouco utilizado pelas bailarinas orientais. Já no ocidente, a dança é muito apreciada e vem sendo constantemente aprimorada e enriquecida. Temos hoje em dia véus lindos, pintados artesanalmente em tecidos como a seda que causam impactos e lindos efeitos na dança.

Dança com Candelabro
De origem hebraica, posteriormente executada em todo o Oriente, expressa caráter de acentuada sacralidade. É executada em nascimentos, aniversários e casamentos. Simboliza sorte e felicidade.
Nos casamentos é comum ainda a bailarina sair liderando um cortejo em frente aos noivos. Simboliza, assim, a iluminação do caminho do casal.
Esta dança é a consagração da bailarina já no estado avançado do seu desenvolvimento pois, além de exigir técnica e equilíbrio, representa a iluminação do caminho e o estágio elevado.

Dança com Snujs
Estes festivais louvavam as Deusas que traziam fertilidade à Terra. Os snujs eram tocados para afastar os maus espíritos. A dançarina abençoa e purifica o ambiente onde estiver, através da melodia tocada.
Símbolos de metal de origem anterior às castanholas. Indicados para músicas alegres ou aceleradas com ritmos floreados e bem marcados.

Dança com Punhal
De origem turca e cigana, esta dança trabalha o espírito da luta pessoal e a aceitação dos desafios que a vida nos oferece, transcendendo a própria matéria. Para o povo cigano, é uma dança ritual de purificação, servindo também para afastar energias negativas. Tanto nas ciganas como nas mulheres da Turquia que serviam ao sultão, a dança guarda códigos de linguagem através da manipulação do punhal.

Dança da Espada
A justiça da visão pura, propiciando discernimento. A dançarina nesta etapa deve manter uma postura mental especial, pois o poder vibracional atribuído à espada pode "cortar" determinadas situações. Representa força, domínio e equilíbrio entre corpo e mente. As músicas mais apropriadas são instrumentais ou ritmos marcados que alternem trechos rápidos e lentos. O traje é o tradicional de dança do ventre com a inclusão de calça para se poder realizar movimentos no chão.

Dança da Serpente
Está ligada ao simbolismo do bem e do mal, o contraste entre o consciente e o inconsciente. Na Dança da Serpente, o profano e o sagrado são contemplados pela sua beleza. Ela representa a força e o poder de domar as dificuldades da vida, e manter o equilíbrio.

Dança com Pandeiro
Utilizado como acessório cênico pela bailarina. Podem ser feitos desenhos com o pandeiro ou marcações nas músicas, em geral alegres, ritmadas ou com solos de derbak. Usam-se roupas mais folclóricas, preferencialmente moedas.

Dança com Taças
São utilizadas duas tacinhas com velas acesas. Acredita-se ser uma variação criada no ocidente. É uma dança bastante misteriosa e geralmente usamos penumbra, músicas e movimentos lentos.
É uma dança que serve para purificar o ambiente.

Solo de Derback
Derback é o instrumento de percussão mais usado nas músicas árabes e um dos mais antigos. Com ele, encerram-se as festas árabes, e com as batidas em ressonância com o quadril é ativado o chakra básico.

Dança do Jarro
A dança do Jarro é uma celebração à alegria e simplicidade, dos tempos em que as mulheres dirigiam-se aos rios com grandes jarros de bronze ou barro, que depois de cheios levavam às casas este precioso elemento. Retrata também a importância que os povos árabes dão à água, elemento essencial à vida, extremamente valorizada pela sua escassez no deserto.

Dança do Cajado

Esta dança foi inspirada no TAHTIB, que é uma dança masculina, onde os dançarinos se enfeitavam como pavões e simulavam uma luta entre si, usando a dança para mostrar sua força e postura, e se desviavam dos golpes de acordo com o ritmo da música. Com sabedoria espiritual, ela direciona e mostra caminhos.


Simone Alves
Dançarina de dança do Ventre, Reikiana, Terapeuta Corporal/Facial, e desenvolve práticas e vivências no Sagrado Feminino
http://simonealves1111.blogspot.com

simone.alves1111@hotmail.com
PORTO ALEGRE/RS


Fotos: Karina Farias, clicada por Altair Castro (Topo e Taças), Cinara Klein (Espada) e arquivos Wikipedia

5 comentários:

  1. Simone amei o texto, acho mto importante tudo isso para nossa redescoberta como mulher.
    Tb sou de poa vc dá aulas de dança?
    Gleice

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  2. Olá Gleice, que bom que você gostou, muito grata.
    Gostaria de conversar e trocar idéias pelo e-mail, pode ser? Se desejar, pode me adicionar no msn pelo endereço acima ou me passar teu e-mail.
    Te aguardo então. ABRAÇO

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  3. Gostei muito da materia. Parab´nes.
    Não danço mas tenho muita curiosidade, que pena que nõa sou de porto alegre, gostaria de aprofundar estudos e fazer aulas.
    Beijo. Gladis.

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  4. Simone, que texto MARAVILHOSO! Tudo, tudo, tudo! Eu que não pratico dança, agora fiquei com vontade... Parabéns! Beijos.
    Samanta, d. Lótus

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  5. Bela, que lindo texto, que máximo saber das afinidades de dança, do Reiki, do Sagrado Feminino. Obg pela oportunidade de aprender e até compartilhar contigo. Bjos de luz! Andréa (BoNNaDea)

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